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domingo, 14 de julho de 2013

Guerra nas Caatingas

Glauber Rocha recordou (sem referenciar) o paraibano José Lins do Rêgo, que dizia que no Nordeste daqueles tempos “Quem não era cangaceiro, soldado, ou beato, padecia na seca, ou sofria de fome, ou de violência”.



sábado, 6 de julho de 2013

Lampião e Maria Bonita

- Como uma mulher e um homem erguidos face a face na nudez de seus corpos, sem a 
miragem do amor, na crueza da repugnância e do desejo, na distração de suas 
contrariedades recíprocas e incomunicáveis, cada um se tomando pelo outro por um lapso 
de tempo, para retornar infalivelmente a sua própria sede de gratificação e de poder. Quem 
é o homem, quem é a mulher? Quem é o estrangeiro de quem? (KRISTEVA, 1985, 212-
213) Lampião, herói da virilidade e da força bruta, revela à medida que percorremos a Saga do
Cangaço Independente, narrada tanto pela história oral, quanto pela escrita triunfante da
literatura de cordel, do romance e da profusão de imagens cinematográficas, a relação estreita e
multiforme que ele mantém com os atributos e as condutas que são organizados, classicamente,
segundo, uma vez mais, as categorias sociológicas ditas femininas. Herói plural, Lampião não
pára de nos convidar a desdobrá-lo, até mesmo a desmultiplicá-lo, o que dá ao pesquisador do
imaginário o sentimento de trabalhar com o sonho ou com o mito. O que significa dizer que se
existe no mito algo equivalente ao "coletivo" de um sonho, não se deve analisar apenas
Lampião, mas igualmente os aspectos sócio-históricos, políticos e econômicos do sertão na
constituição da sociedade sertaneja e na criação de seu imaginário social.
GT14 - Corpo, Pessoa e doença
96GT1422.DOC
Daniel Lins: "O corpo do herói: a santa virilidade ou a fraqueza dos fortes - Estudo sobre
Lampião